3.12.05

Essa dor que não passa e uma dívida pagar.

No dia do diagnóstico, ao voltar do instituto de radiologia para hospital, meu pai ainda estava se queixando de dor de cabeça. Cabe aqui ressaltar que durante toda sua vida ele trabalhou em serviços "brutos", estando acostumado a se machucar com freqüência, o quê o tornou bastante resistente à dor. Portanto, quando alguém desse tipo reclama é por que o sofrimento deve ser muito intenso.
Ele foi medicado várias vezes no transcorrer do dia:
  • às 8h, da manhã havia tomado dipirona veia;
  • às 14h, novamente dipirona intravenosa;
  • às 17h, profenid (antiinflamatório e analgésico);
  • às 19h tramal (um impotente analgésico);
  • às 21h, dolantina (analgésico potentíssimo, derivado da morfina);
  • às 23h, dexametasona ou decadron (um antiinflamatório esteróide - corticóide).
Durante todo esse período ele demonstrava estar sentindo imensa dor, que, depois nos foi explicado, era resultado do inchaço do cérebro. Perto da meia-noite a dor começou a ceder e, logo depois, ele dormiu.
Naquela noite eu fiquei de acompanhante no hospital. Deitado no sofá ao lado do leito onde ele estava, fiquei repensando o drama do dia e imaginando o que estaria por vir e concluí: chegou a hora de pagar a dívida que tem para com meu pai, por todos seus anos de dedicação e suporte. Agora é a minha vez de carregar o piano, seja de que peso e tamanho ele for!

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