17.12.05

Evitando a decisão individual.

04/10/05
Na conversa com o Dr. E.M. ele havia me aconselhada a não tomar decisões individualmente sobre o que deveria ser feito com meu pai, de tal forma que eu já havia decidido envolver toda a família para evitar que houvesse divergências entre nós e também para que as decisões tomadas tivessem uma maior probabilidade de acerto. Assim, durante a viagem de retorno de São Paulo eu liguei para uma tia e pedia que marcasse uma reunião familiar para o dia seguinte.

Na manhã daquele dia a minha esposa pegou todos os exames que possuíamos e foi conversar com um neurologista a quem nós ainda não havíamos consultado. Isto foi muito importante, porque este médico, o Dr. F., conseguiu nos passar uma posição muito confiante acerca da possibilidade de se fazer um tratamento bem-sucedido aqui mesmo em nossa cidade. Disse-nos que aqui havia pessoas e recursos suficientes para fazer tudo exatamente igual ao que seria feito em qualquer grande centro médico. Ele, que é cirurgião, explicou que, nesse tipo específico de patologia, dentro da equipe dele, quem realizaria a cirurgia seria um outro médico, o Dr. R.. Assegurou-nos também, que o Dr. R. é um médico muito bem treinado e a atualizado nesse campo. A franqueza e a firmeza do Dr. F. nos deixou muito mais tranqüilos e a aliviados, principalmente por que o neurologista que nos atendeu inicialmente, no dia do diagnóstico, que é meu amigo, havia demonstrado um certo receio quanto aos riscos de a operação causar seqüelas permanentes e meu pai.

À tarde nos reunimos com a família e sem meu pai. Havia na sala a esposa do meu pai, um irmão dele, duas cunhadas, um sobrinho estudante de medicina, eu, minha esposa e minha irmã.

Iniciei explicando todos os detalhes e informações que eu já havia obtido sobre a doença. Falei também de nossa desafortunada experiência com o Dr. Mercenário. Por fim, complementei com as informações que minha esposa havia obtido pela manhã com o Dr. F.. Muitas perguntas e considerações foram feitas. Obviamente, a questão financeira foi um fator que pesou muito e impressionou a todos. Particularmente importante foi a contribuição dada por uma tia, cunhada de meu pai, que contou o que havia acontecido com a sua irmã recentemente falecida, uma mulher muito rica, cuja família havia decidido levar para São Paulo para que lá ela fosse tratada. Esta pessoa teve a evolução de sua doença tal como foi prognosticado em nossa cidade, vindo a falecer no prazo esperado. Além disso, o tratamento em São Paulo foi considerado extremamente impessoal e até desumano, tendo a pessoa morrido longe do seu lar, de seus entes queridos e em um ambiente completamente estranho.

Considerados todos aspectos envolvidos, a decisão tomada em conjunto e por unanimidade foi que deveríamos tratar meu pai aqui mesmo em nossa cidade. Dali saímos e fomos buscar o paciente e contar-lhe o que deveria ser feito, levá-lo médico e marcar a cirurgia. Esta ficou marcada para o dia seis de outubro , doze dias após o diagnóstico.

O que acho importante destacar aqui é que decisões que envolvem tanto riscos quanto a que devíamos tomar não devem ser tomadas por uma só pessoa e individualmente. Se você assim proceder, o risco de cometer um ou mais erros será muito aumentado e, se algum erro ocorrer, fatalmente você será responsabilizado por ele.

2 Comments:

At 10:27, Anonymous Anônimo said...

Tenho acompanhado sua luta contra o Tumor de seu pai, e realmente fico emocionada com sua garra e força. Que Deus abençoe sua família e seu pai.
Estou pedido ajudo a quem puder me ajudar pois ando ficando um pouco desesperada.
Em setembro de 2002 notei que estava perdendo a visão do meu olho esquerdo e fui fazer alguns exames. Em Outubro de 2002 foi diagnosticado por RM uma Glioma no Nervo Óptico esquerdo, que causou a atrofia do mesmo e por isso a perda da visão.
A partir daí procurei ajuda de alguns médicos que me disseram que era um tumor raro e acometia frequentemente criança
Eu tenho 27 anos, e quando acometia adultos (na época esta com 22) era de crescimento lento e poderíamos aguardar.
Neste período fui fazendo RM e apesar a imensa dor de cabeça que sinto os médicos resolveram aguardar.
Bem o fato é que no dia 19/09/2006 foi feita uma RM e diagnostico que estou com “glioma do nervo óptico extenso, atingindo o seguimento intra-orbitrario e intracanicular. E o pior envolvendo a porção lateral do quiasma óptico.

Ou seja, estou correndo um serio risco de ficar cega. Meu médico (que não cabe dizer o nome) fala que é melhor aguardamos, mais um pouco.

Eu não entendo muito disso, mas o que vejo é que este tipo de tumor o ideal é a cirurgia.

Também neste diagnostico há esta observação”observa igualmente alteração focal do sinal, de dimensão lacunar. Envolvendo a topografia do tálamo direito, manifestando-se como área de discreto hipossinal em T1 e hipersinal em T2, não se realçando plo mio do contraste, podendo corresponder a um pequeno harmatoma”

Estou em BH/MG. Vc sabe de algum médico que seria capaz de verificar este tumor com mais propriedade. Li também que alguns dos tumores igual a meu, pode ser tornar maligno.

Se puder me ajudar com uma opinião eu agradeceria muito.

Estou realmente sem esperanças de resolver este problema.

Agradeço muito atenção e que Deus continue te iluminando

 
At 20:04, Anonymous Anônimo said...

Eu faria a mesma coisa, aliás, tenho feito constantemente, pois meu filho de 4 anos tem o mesmo glioma de nervo optico. Ele é incomum em adultos, salvo os portadores de neurofibromatose. Há dúvida na conduta médica a ser adotada: conservadora (caso em q se acompanha 6/6 meses por ressonância, ou mais agressiva(cirurgia, radiocirurgia, quimio, radioterapia, etc, etc). O tratamento é multidisciplinar (meu filho vai, no mínimo, a cada 6 meses ao neuro-oftalmo, oncologista, neurologista, endocrinologista, neurocirurgião, etc). Ele se trata em SP com uma excelente ONCOLOGISTA q tem mta experiência nesse tipo de tumor. Estou à disposição se quiser indicação.

 

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