25.1.07

Mais um que toma iniciativa.

Transcrevo abaixo o e-mail que recebi de um leitor do blog, acompanhado de minha resposta. A atitude deste leitor merece um artigo pelo fato de demonstrar princípios muito semelhates aos que me levaram a construir este relato do tratamento de meu pai: é preciso e possível fazer muito mais pelos pacientes portadores de "doenças terminais"!


O E-Mail:

Caro Miguel

Enviei esta mensagem para seu e-mail no dia 19/1/2007, para só hoje descobrir que enviei para o endereço errado.

Meu nome é Álvaro, e descobri seu blog ("Diário de um Tumor Cerebral") na segunda-feira da semana passada (8/1/07). Descobri enquanto fazia uma prospecção um pouco a esmo pela internet, em busca de entender um pouco mais sobre cânceres e possibilidades a respeito deles. A esta época, a minha mãe era uma paciente com forte suspeita de câncer.

Esta semana, nos veio a confirmação. O exame histo-patológico nos deu hoje o resultado, confirmando que ela possui um tumor no pulmão. Infelizmente, a primeira manifestação do tumor foi através de suas metástases, e infelizmente estas metástases residem no cérebro.

Já aprendi um bocado sobre câncer em geral e sobre o de pulmão em específico nestes dias. Lendo seu blog, resolvi tomá-lo como um exemplo. A sua história com o seu pai é encorajadora pra qualquer um com um diagnóstico ruim. Concordo com praticamente tudo o que li no seu blog, e me interessou muito o que faz o Prof. Ben Williams. Claro que o caso da minha mãe é diferente, pois não é um tumor cerebral primário, mas pelo que já pude olhar (comecei minhas pesquisas há pouco, ainda tenho muito caminho pela frente), muito do trabalho do Prof. Williams e o seu próprio, no seu blog, pode ser aproveitado para pacientes com outros tipos de câncer.

Creio que o principal que aprendi com vocês dois foi o exemplo, de buscar em fontes confiáveis todas as opções razoáveis para o problema, já que, tenho certeza, a medicina protocolar, isoladamente, nos predirá um prognóstico "reservado" (pra usar os eufemismos que textos sobre cânceres graves usam).

Entretanto, não sei quanto tempo eu tenho. Não posso me dar ao luxo de não aproveitar muito do material que você e o Prof. Williams já pesquisaram. Pretendo utilizar isto, naturalmente, em conjunção com as minhas próprias pesquisas sobre câncer em geral, e, no meu caso, câncer de pulmão, e metástases cerebrais.

O lado menos ruim disto tudo é que, apesar de serem múltiplas metástases, e de alguns sintomas limitantes, o estado geral da minha mãe é muito bom (segundo o próprio neurologista que a viu) para a quantidade de lesões que a Ressonância Magnética apresenta. Temos outros fatores bons, também, que são a aparente ausência de metástases em demais lugares (principalmente adrenais e fígado), a não invasividade do tumor em áreas vizinhas, como o mediastino e a pleura, as excelentes taxas que os exames de sangue trouxeram, dentre outros.

Entretanto, é um caso extremo, e, como você, creio que tenho que fazer mais, MUITO MAIS, para obter um sucesso. É bastante trabalhoso, já que sou leigo em medicina, mas creio que este é o caminho.

A razão pela qual lhe escrevo é por conta de posts em seu blog em que você lista as substâncias que vai pesquisar, e outros em que fala de um ou outro companheiro de pesquisa (dentre os quais, um, infelizmente, perdeu a esposa para o Glioblastoma). Eu gostaria, se possível, de ter acesso ao que de útil suas pesquisas podem ser ao nosso caso, para além, claro, daquilo que você já colocou no blog. Fiz um guia sobre o tratamento, e destaquei também um arquivo em que armazeno dados sobre a pesquisa farmacológica que estou iniciando, contando com quimioterápicos e substâncias convencionais e aquelas não convencionais. Estou, também, juntando o que posso de artigos científicos disponíveis pela internet, que baseiem, de alguma forma, as pesquisas. Encontrei, inclusive, um publicado na Revista Brasileira de Cancerologia que é uma revisão literária sobre Melatonina e câncer, que é muito bom. Baixei, inclusive, do portal do INCA.

No que me for possível, posso disponibilizar a você, também, os resultados do que eu conseguir pesquisar, embora eles ainda precisem de muito trabalho.

Ah, sobre a situação atual do caso da minha mãe, amanhã teremos a primeira consulta com um oncologista, na Oncoclínica (RJ, capital, onde moramos). Dependendo da consulta, iremos também ao INCA, na segunda-feira.

Agradeço a sua atenção, espero que leia meu e-mail rapidamente.

PS: Encontrei seu perfil no orkut, e segui alguns de seus posts em comunidades médicas no orkut, em especial os em que você conversava com os médicos sobre seu dilema farmacocinético. Aliás, gostaria de saber, afinal, se você conseguiu resolver o dilema, ou se de fato espera um dia depois da quimioterapia para administrar antioxidantes, e pára a administração um dia depois.

PS2: Já tivemos a consulta com a oncologista. Depois posso escrever contando mais.

PS3: Como está seu pai? Nesta altura, calculo que são um ano e quatro meses (16 meses) desde o diagnóstico, não?

Obrigado

A resposta:


Olá Álvaro,

Recebi seu e-mail e depois observei que você já havia o enviado pelo Orkut. Lá ele caiu na caixa de mensagens e, como raramente leio o que aparece nela, ficou abandonado. Teria sido mais fácil me contatar através do blog, onde respondo às postagens dos leitores pelo menos uma vez por semana. Aviso-lhe que vou transcrever para o blog nossa conversa, mantendo sua identidade preservada. Isto permite que outros façam uso de nossa troca de experiências.

Bom, lendo tudo o que você escreveu, acho que você já pegou bem o “espírito” da coisa. Sem eufemismos, câncer de pulmão com metástases cerebrais é estatisticamente quase tão letal quanto o glioblastoma. Assim, como você já percebeu, não dá para ficar esperando que o protocolo seja suficiente.

Concordo que você já aprendeu um bocado sobre o câncer, principalmente as reais perspectivas e as limitações da medicina institucional. Talvez o que você ainda não tenha aprendido, e que só o tempo vai ensinar, é o quanto é difícil tomar decisões acerca de terapias complementares, convencer os outros (parentes principalmente, pois médicos é impossível) de que elas são corretas e ter a coragem de colocar em prática suas suposições quando elas representarem riscos. Você deverá ser muito racional, frio e calculista. Na realidade tudo que se pode fazer é montar um grande esquema onde as terapias complementares agreguem probabilidades de êxito, sem agregar muita probabilidade de um erro grave. É algo simples de falar, mas extremamente difícil de fazer. Verdadeira luta contra um monstro poderoso de dimensões gigantescas.

Fico feliz que o blog tenha estimulado você a “assumir o controle”, depois de constatar que os outros se mostram conformados com as perspectivas. Também tenho certeza que o Prof. Ben A. Williams ficaria orgulhoso de sua influência em nossos destinos. Espero um dia escrever a ele e contar como ele influenciou nossas vidas e a de nossos entes queridos.

É verdade que alguns complementos terapêuticos mencionados aqui e/ou no trabalho do Dr. Williams são úteis em vários tipos de câncer, mas, preste bastante atenção: não existem panacéias, isto é, não existem remédios que sirvam ao mesmo tempo para todos os cânceres ou todos os tipos de doenças. Inclusive alguns, que são muito benéficos em determinados casos, podem ser um verdadeiro desastre em uma patologia um pouco diferente. Se continuar a pesquisar em fontes confiáveis, logo você encontrará exemplos disto.

De fato, a partir do diagnóstico nunca sabemos se o tempo de que dispomos será suficiente para nossa busca. Assim, é uma boa idéia partir do trabalho de outros, desde que o mencionado no parágrafo anterior esteja em mente e sejamos criteriosos. Acho que sua primeira providência é estabelecer prioridades e planejar sua busca de alternativas e complementos terapêuticos. Existe um post no blog de título “Fatores Para Intervir e Ajudar a Controlar Cânceres e Tumores”, acredito que ele indica em linhas gerais o que você estará procurando. Uma segunda providência, que é similar ao que eu fiz, é listar todas as substâncias que eventualmente possam ser úteis para o tratamento e verificar o quão freqüente é o aparecimento delas em associação com câncer pulmonar. Para isto você deve pesquisar somente sites de cunho realmente científico. Na época eu usei somente o PubMed, hoje talvez usasse o Google Acadêmico, que inclui uma base de dados maior que o primeiro. A lista com as freqüências permitirá estabelecer uma hierarquia de forma a apostar suas fichas (o tempo) nas pesquisas que oferecem maior probabilidade de resultarem em algo palpável e que dispõem de mais abundancia de material científico a ser pesquisado. Para eliminar um bocado de trabalho, antes de avaliar se o medicamento ou complemento é útil para sua mãe, lembre-se de verificar inicialmente: segurança, interações e disponibilidade. Por exemplo, desde um mês após o diagnóstico de meu pai, sei que a talidomida teria sido um complemento potencialmente muito útil, mas é praticamente impossível comprar ou conseguir este medicamento sem que o paciente esteja em um protocolo científico de testes clínicos. Desta forma abandonei a idéia muito cedo. A ironia é que cerca de dez meses após o começo do tratamento fiquei sabendo por intermédio de um neurologista que estava sendo iniciado em um trial em São Paulo usando exatamente a associação que eu desejava fazer, isto é temozolamida + talidomida.

Sobre nossas pesquisas o que posso lhe dizer é que, embora tenha muitos e-mails guardados eles não estão organizados o suficiente para eu repassa-los a você. Por isso, vou tentar citar aqui o que pesquisamos detalhadamente na literatura médica e científica e o que aprovamos para ser agregado ao tratamento.

-Pesquisados: raloxifeno, tamoxifen, acutane, unha de gato(uncária tomentosa), vitamina D (alfacalcidol e calcitriol), omega3 (fish oil), selênio, centrum silver, targifor C, forten, fosfoamidas, brotos de brócolis. (Não sei se esqueci algum).

-Aprovados: vitamina D (só alfacalcidol), omega3, selênio, centrum Silver, targifor C, forten. Além, é claro, da melatonia, licopeno e alterações nutricionais.

Os demais ou não apresentavam evidências de efetividade ou tinham uma relação risco/benefício ruim. No entanto, a dupla raloxifeno/tamoxifem é algo que acho que não foi suficientemente estudado ou avaliado e é provável que tenhamos errado ao deixá-los de fora. Por isto, recomendo que você inclua em suas pesquisas.

Aceitarei de muito bom grado os resultados de suas pesquisas e os publicarei aqui, desde que sejam muito criteriosos.

Sobre o Dilema Farmacocinético, a situação ficou da seguinte maneira. Depois de muito discutir com médicos, farmacêuticos e bioquímicos, acabei concluindo que a probabilidade dos antioxidantes tornarem inefetivo o quimioterápico é mínima. A maioria das pessoas, comodamente, gosta muito de lembra que não existem evidências que indiquem a apropriação do uso simultâneo, o que não é resposta para a pergunta que fiz, mas sim uma forma de escapar dela. Eu pensei de uma forma mais pragmática. Tendo em vista os enormes custos do quimioterápico, parece muito razoável não arriscar. Assim, interrompíamos a administração de antioxidantes um dia antes do início do ciclo e retomávamos um dia depois.

A respeito da consulta que você tiveram com a oncologista imagino que sei exatamente o que aconteceu, mas para não demonstrar meus preconceitos nem propalá-los, prefiro que você conte.

Sua última pergunta foi sobre o estado atual de meu pai. A resposta é simples: está bem. Frente às perspectivas que nos apresentaram na época do diagnóstico, está muito bem. Fala, anda, come, brinca, trabalha e teima incessantemente em voltar a dirigir, coisa esta que ainda não permitimos, pois a única seqüela evidente é um leve déficit no equilíbrio.
Miguel Francisco.

6 Comments:

At 12:48, Anonymous Anônimo said...

Olá Miguel, meu nome é Mayra, e estou passando por uma situação extremamente difícil, vou relatar o caso e aguardo anciosa por uma resposta sua.
Bom, á quinze dias atrás meu pai teve uma convulsão e ficou uma hora desacordado, levamos ele ao hospital, ele foi interno na UTI, foram solicitados uma Tomografia Computadorizada e uma Ressonancia Magnetica, onde foi constatado q meu pai, estava com dois nódulos na cabeça, a principio os medicos acharam q era uma metastase, de uma cancer no pulmão, foram feitos todos os exames e nada foi constado, foi então que resolveram fazer uma cirurgia, para retirada de um dos nódulo, o que estava do lado esquerdo, o outro é muito profundo e não tem como ser retirado sem que possa causar alguma lesão. Após a retirada desse nodulo, levamos para fazer uma biopsia, tinhamos a esperança de não ser nada grave, pelo fato de não terem sido encontrados no corpo dele nenhum tumor primario. Infelizmente estavamos enganados, ontem o resultado da biopsia saiu e meu pai foi diagnosticado como tendo o Glioblastoma Multiforma Grau IV. Resolvemos não falar nada para ele, até sabermos realmente que doença essa, de onde ela vem e como ela pode ser tratada. Me sinto em um beco sem saída, sendo atacada por um monstro horrível, e não tenho armas para me defender. Gostaria muito que vc pudesse me ajudar de alguma forma, afinal pelo que pude ler no seu blog vc passa por um problema igual ao meu com seu pai. Se possivel, gostaria que vc me indicasse um tratamento ou sei lá se existe alguma possibilidade de cura. A partir de agora vou lutar incesantemente para ajudar o meu pai.
Nós moramos em João Pessoa - Pb, o medico nos indicou um tratamento em Radioterapia em Natal-RN, que é perto daqui, mas estamos dispostos a tudo pra salvar meu pai, então se houver um tratamento mais eficaz aí no Sul, por favor me avise, preciso muito de uma luz, Obrigada!!!

Abraços e td d bom pra vc e pro seu pai

 
At 16:32, Anonymous Anônimo said...

Miguel, primeiramente, muito obrigado por responder.

Quando escrevi para você, somente não o fiz inicialmente pelo blog porque o último post era de Novembro, e os comentários não têm data (imaginei que o blog poderia estar inativo de alguma forma). De qualquer forma, é mesmo muito melhor postar as idéias no blog, para que todos possam aproveitá-las, como eu estou fazendo.

Inicialmente, eu reuni todas as substâncias que encontrei que pudessem ser úteis, de alguma forma, para o caso de minha mãe. Consegui várias dúzias, talvez mais de 100 (incluindo quimioterápicos convencionais, e remédios para controlar sintomas. Separei eles de uma maneira própria, mas creio que a organização ainda me falte um pouco. Decidi que ia começar a priorizar algumas substâncias, para fazer um estudo intensivo (e rápido) sobre elas, para concluir rapidamente sobre sua utilização ou não, deforma a tornar a pesquisa produtiva.

Vi o que fez com a lista que citou em um tópico, classificando as substâncias por relevância, qualitativa e quantitativamente. Vou tentar algo em uma linha parecida para decidir o que priorizar, embora algumas eu já tenha uma boa dose de certeza sobre algumas (como a Melatonina).

E você acertou na mosca quando falou sobre as responsabilidades envolvidas no desenvolvimento do tratamento adjuvante. Já conversei a respeito disso com alguns parentes, e todos entenderam e concordaram comigo, mas realmente só quem está pesquisando isso sou eu. Isso me deixa extremamente receoso para começar a propor alguma coisa. Por outro lado, sinto que os passos que se dão no tratamento de um caso como este são irreversíveis (por exemplo, a radioterapia se faz uma vez só, e depois não pode ser administrada novamente por causa do limite na dosagem de radiação em determinado tecido). E eu tenho certeza que há coisas que podem ajudar estes passos irreversíveis, de maneira que eu sinto a necessidade de esclarecimentos mais rápidos a respeito disso, para que possamos melhorar as nossas chances.

Nessas horas eu sinto a falta de um médico da família que pudesse me orientar e ajudar. Li um comentário aqui no blog em que a pessoa citava o irmão neurologista que estava fazendo um tratamento adjuvante, você, se não me engano, tem a sua esposa como médica, que sempre pode ajudar a orientar. Pretendo buscar esta orientação o quanto antes, tentar achar algum médico da família ou muito próximo a nós pra poder ajudar neste sentido.

Essa semana as pesquisas diminuíram de ritmo, por uma série de questões que me frearam, mas assim que organizar as coisas por aqui vou procurar ajudar da melhor maneira possível, divulgando o resultado do que ando pesquisando.

Por enquanto, deixo pra vocês um e-mail que enviei no domingo (21/1) ao Prof. Ben Williams, que me respondeu muito solicitamente apenas poucas horas depois. Não traz muita informação, mas fala da opinião dele sobre o dilema farmacocinético.

- Minha mensagem:

Prof. Ben Williams,

My name is Alvaro, and I live in Rio de Janeiro, Brazil. I came across your amazing story of survival through a blog called "Diário de um Tumor Cerebral" ("Diary of a Brain Tumor", in portuguese). This is a blog written by a man whose initials are E.M.G. (he doesn't reveal his real name, for his personal privacy, but has adopted a pseudonym - "Miguel Francisco"). EMG's father was diagnosed with Glioblastoma in 2005 (September, 25th). He managed to search through the internet lots of information on the disease itself, as well as on the convencional and complementary treatments. His father is still alive, with little impairments.

Reading his story with his father, and yours, through the blog and through your publication (Treatment options for Glioblastoma and other Gliomas) inspired me to do some research myself, to help my mother.
Unfortunately, her problem is different, and I couldn't find a case like yours (a long-term survivor who discusses treatment options) for her condition, at least until today.

She is 50, and was recently diagnosed with a Stage IV Carcinoma of the lung (almost certain to be an Adenocarcinoma), with brain metastases.

I've been researching as much as I can about cancer in general, and lung cancer in particular, to obtain info on standard treatments and non-standard ones. I know the prognosis for a case like my mother's is grim, but EMG's Father's and yours were, too, and you both managed to survive, againt all figures in statistics.

I've mailed him asking for some help with research, and I'm writing to ask you the same help. He has posted lots of the results of his researches on the blog, but I know there can be more. I know you probably publish as much info as you can on "Treatment Options for Glioblastomas and other Gliomas", but there may be something (maybe something that could apply to cancer in general, not only gliomas) more. I would be extremely thankful if you could help me in anyway.

For now, I can ask you a pharmacokinetical dilemma which has been a doubt for EMG as well, at least as far as I could read of his posts. EMG says that temozolomide (like other alkylating agents) needs oxygen-based reactions to fight the tumors. So, EMG was in doubt (and so am I) if the use of anti-oxidants (like Melatonin; not considering those obtained from food) could disrupt alkylating agents' (temozolomide's, in special) action.

He asked lots of professionals, but none could give him a concrete answer. He says this is controversial. I also found some information of possible interaction of anti-oxidants (Melatonin, mainly) and radiotherapy.

EMG solved this by not giving his father Melatonin in the days of temozolomide (he calculated this based on the half-life of temozolomide, among other pharmacokinetical data).

However, I still don't know what to do about other alkylating agents, that probably my mother will need, and I'm still in doubt about radiotherapy, though I've read abstracts of studies by Dr. Paolo Lissoni (from Milan, Italy) who showed melatonin to increase radiotherapy's effects (and diminish its side-effects), and I think it was specifically for advanced lung cancer. I'd like to hear what you can tell me about this.

I know it will be a harsh and long journey, but I will do whatever I can to improve my mother's quality of life and time of survival.

Thank you very much.

PS: Congratulations for your amazing life story. That's how survivors are made.



- A resposta dele:

Dear Alvaro,


I don't know that much about lung cancer
treatment, but I can address the anti-oxidant
issue you describe. I have in fact spent
considerable time researching this issue, and
while it is extremely complex,can offer my
opinion.

The key part of the issue is that chemotherapy
doesn't necessarily kill cancer cells directly,
but rather damages the cell, leaving the dynamics
of apoptosis (programmed cell death) to actually
finish the job. There is a great deal of gene
upregulation involved in the apoptotic process,
and anti-oxidants appear to play a positive role
in making the process work, at least under some
circumstances. So the issue of what
anti-oxidants do cannot be judged based on
assumptions about cell dynamics, because these
are incredibly complex with all sorts of
interactions. What you are left with are the
empirical results of adding specific agents to a
chemotherapy protocol. Melatonin is a good
example, because there are a lot of data with
several types of cancer, and the results have
shown that melatonin improves outcome despite
being a potent anti-oxidant.

Another example is a drug named amifostine, which
was developed to reduce the side effects of
chemotherapy, especially platinum drugs.
Amifostine is a very potent anti-oxidant, so many
were very concerned about it undermining
chemotherapy's therapeutic effect. Needless to
say there were numerous clinical trials required
before the FDA approved the drug. None of the
trials showed any reduction in chemotherapy's
effects and some hinted of a benefit. The drug
is now approved by the FDA.

Ben



Se alguém puder traduzir, seria bom pra ajudar quem tem problemas com inglês. Se necessário, eu mesmo faço isso, mais tarde.

Por hora, é isso. Obrigado.

Alvaro

PS: já encontrei casos de sobreviventes que falam sobre câncer de pulmão e opções de tratamento. Um destes lugares é um fórum que fala de todos os tipos de câncer: http://www.cancerforums.net/ (em inglês)

 
At 22:11, Anonymous Anônimo said...

Caro Miguel


Contei no seu blog a história do meu pai que realizou uma cirurgia para extração de um GBM IV de grandes dimensões no lobo frontal direito, onde a ressecação foi total. Contei que antes de iniciar a radioterapia se submeteu a uma RM e constatou-se ,ainda, uma pequena área tumoral, de aprox. 1,5 cm. Hoje sei que aquela RM, ainda que realizado o contraste, não é totalmente confiável. Por fim contei que o seu bloig foi extremamente importante para nossa família, pqe através dele encontrei o material do Dr. Ben Willians, que foi estudado pelo meu irmão neurologista, que por sua conta passou a associar diversos medicamentos ao tratamento convencional.

Li o comentário do Álvaro, a quem aproveito e estendo meus votos sinceros de solidariedade e confiança que com sua inteligência, persistência, fé e amor, certamente em muito auxiliará sua mãe.

Bem, gostaria de comentar que em razão dos inúmeros medicamentos auxiliares passamos por momentos difíceis, pois meu pai sofreu uma intensa crise alérgica e precisamos suprimir diversos dos medicamentos ministrados e retomar por um período de 7 dias o uso do DECADRON,por nós abolido, até descobrirmos que a alergia era proveniente do uso do AGARICUS (Cogumelo do Sol). Assim, voltamos ao tratamento auxiliar.

Gostaria por fim de contar que hoje foi um ótimo dia para nós, pois já havíamos rompido o vínculo com o oncologista, mas criamos coragem, marcamos uma consulta e levamos o material do Dr. Ben W. Justificamos que ainda que não faça parte do protocolo de tratamento da doença e sabendo dos riscos que corríamos em fazer algo diferente do que indicado pelo oncologista estávamos dispostos a arriscar, pois nesse passo não existe risco maior do que o próprio tumor e o terrível diagnóstico da doença. Ele se mostrou extremamente acessível, interessou-se muito pelo material, não mandou suspender nenhum dos medicamentos (nem mesmo aquele que é indicado para malária !!!) e prometeu estudar o assunto. Sabemos que ele é extremamente preparado, tem especialização e pós graduação realizada no exterior.......e mesmo assim é bastante humilde para aceitar nossa aposta. Ficamos muito felizes, pois nesse momento a responsabilidade e carga que carregamos é bastante pesada e nada mais importante do que dividi-la com quem precisamos dividir, o oncologista !

No mais,o meu pai está excelente, sem nenhuma sequela importante, lúcido, feliz, confiante, andando com total coordenação, se expressando com lucidez......enfim, a única sequela parece ser um pequeno distúrbio em seu senso de direção.

No dia 19.02 termina a radioterapia. Continuarei relatando aqui seus progressos!

Muito obrigada por tudo!!!!

Um grande abraço! Parabéns ao seu sortudo pai (sortudo por ter seu amor e dedicação)!!!

Muita sorte e força ao Álvaro e a todos que compartilham conosco o duro tratamento contra o câncer, que venceremos certamente!!!

Ana

 
At 15:06, Anonymous Anônimo said...

olá sou a adriana...
adoraria ler essa carta do prof. porém tenho muita dificuldade com o ingles...se puder estar traduzindo ficarei muito grata. Meu pai teve o diagnostico dia 13 de fevreiro de 2007 de glioblastoma grau IV adoraria poder estar trocando ideias com vcs..
obrigado por existirem e nos ajudar
um abraço

 
At 02:12, Anonymous Anônimo said...

Prezado Miguel e lutadores contra o GBL
hoje meu pai retornou do Hospital do Cancer após uma infecção oportunista" que o agarrou após 2 sessoões de quimioterapia.. Ele está lutando contra o glioblastoma IV desde outubro de 2005,,, já usou o temodal e parecia muito bem, não passou pela cirurgia porque o tumor era muito grande... estava muito bem até janeiro de 2007, quando começou a piorar, perder os movimentos do lado direito,,,agora ele está no quarto, sendo alimentado por uma sonda nasogástrica, porque ele diz que não tem fome...Não posso me conformar em não existir uma substância capaz de deter o crescimento desordenado das células. Não quero parecer maluca, mas tenho certeza que vamos conseguir descobrir um remédio como o Temodal...
Ou seja, estamos na fase pós TEMODAL e é um horror. dá desespero ver o meu pai sendo "apagado" diariamente.. é como se o cérebro fosse sendo desligado.
por favor, podem contar comigo, estarei 24 horas pesquisando, junto com vocês e com um médico do hospital do câncer, em São Paulo. Eu quero poder auxiliá-los nas pesquisas, inclusive em inglês. Eu preciso ajudar ao meu pai,
Aguardo seus comentários,
um abraço e boa sorte.

 
At 14:47, Anonymous Anônimo said...

oi Miguel, ha doze dias descobrimos na minha sogra uma metástase cerebral, viemos de uma luta de mais de dois anos lutando contra o câncer, originalmente no intestino, onde foi feita cirurgia, seguida de quimio, ela esteve ostomizada por mais de um ano, em seguida surgiu a manifestação de células no fígado, onde a nossa luta foi se dando em vão, infelizmente, a quimio tradicional estava acabando com ela, e mesmo com a nossa determinação em curá-la, não obtivemos resultados... foi feita então nova intervenção cirurgica, mas no fígado nada pode ser feito, retirou-se apenas a bolsa de colostomia...surpreendida pela existencia da quimioembolização, alertei o meu marido e minha cunhada sobre o tratamento e conseguimos fazê-lo depois de uma consulta com um profissional daqui de goiania q faz tal tratamento, na primeira sessão tivemos uma otima resposta,mas a segunda e a terceira mais uma vez partiram os nossos corações, fomos então alertados de que não poderiamos mais fazer nem uma sessão de quimio pois seria arriscado que ela tivesse uma falencia renal, de nós foi retirada todas as espectativas vindas da medicina, buscamos entao ajuda de um raizeiro, homem q baseado no saber popular nos ofereceu um pouco de seu conhecimento vindo de seu pai o qual decidimos seguir rigorosamente,ja em agosto notavamos as frequentes queixas de cefaleia, no final de setembro ela se tornou confusa, apresentava vomitos, e foi ficando excessivamente sonolenta, perdeu o controle de seus membros direitos e aos poucos mostrava grande fraqueza nos outros membros, no hospital sempre tivemos a infeliz sorte de sermos alertados de que "ela esta com cancer por toda parte", mas a nossa luta não parou por ai... a doze dias ela teve um sono muito forte, o que nos fez procurar um outro hospital, la foi feita a tomografia e ressonância e comprovada a existencia da metastase cerebral... M... esta em coma, mas continua recebendo as composições de nosso raizeiro, não temos a alternativa da quimio e nem tampouco da radio, optamos por acreditar no tratamento que estamos seguindo, e sabemos q ela pode ser curada, quero falar de algo muito maior que a medicina, que as pesquisas, quero falar de Deus... por mais improvavel q seja a cura eu acredito que ela pode vir por meio da fé, por meio de um milagre, e acredite, ela é o tipo de pessoa que receberia um milagre, não sei se as pessoas a minha volta creem, muitas se sentem melhor em me consolar e dizer que tenho que me preparar, digo apenas uma coisa, enquanto há vida, há esperança, e eu não desisto, meu marido não desiste, minha cunhada não desiste, temos muitos motivos para crer na cura, eu quero muito voltar e te dizer que vencemos... acho que ela é portadora de glioblastoma multiforme, em mais de uma formação, e cuja maior delas apresentava 4,2cm no dia 19/10.
nós sorrimos e cantamos para ela, nós a amamos muito e queremos que ela receba todo o nosso amor, meus folhos cuidam dela, eles te 5 e 6 anos, estamos unidos nessa fé e sabemos que Deus fará o melhor... Tenho certeza de que o amor e afé são a chave da cura desse mal terrivel que assola a humanidade.
pode me chamar de Ni, meu e-mail e nyknoxx@hotmail.com

 

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