25.9.06

Um Ano de Vitórias, com muito sofrimento e trabalho.

Hoje se completa um ano que meu pai foi diagnosticado. Apesar de todo sofrimento que vivemos, de todo o trabalho que tivemos, podemos nos considerar VITORIOSOS. Meu pai está vivo, sem seqüelas e sem sinais de volta de uma doença classificada como “terminal”. Para quem tinha uma sobrevida estimada de 4 a 6 meses, acho que ele se tornou um especialista em contrariar as estatísticas.

Depois escrevo mais...

11.9.06

Veneno de Escorpião contra o Glioblastoma.

A notícia abaixo ganhou destaque na imprensa nos últimos dias, sendo que inclusive já me perguntaram sobre o assunto aqui neste blog. Na realidade existem muitas substâncias sendo testadas atualmente como alternativa de tratamento para os gliomas em geral e para o glioblastoma multiforme, em particular. Este interesse se deve à possibilidade de lucros enormes para quem descobrir um medicamento eficaz, principalmente se este for patenteável. Assim sendo, é necessário ter muita cautela ao analisar as informações que são divulgadas pela imprensa não científica.

O que se pode destacar na notícia abaixo é:

  • O número de pacientes estudados é muito pequeno para se chegar a qualquer conclusão definitiva;
  • O local de publicação (Journal of Clinical Oncology) é um periódico científico respeitável;
  • A instituição que está desenvolvendo a pesquisa (Cedars-Sinai Medical Center) também é respeitável;
  • Aparentemente a droga produz um aumento da sobrevida, mas ainda claramente insuficiente;
  • Ou seja, esta é só mais uma das drogas que têm utilidade potencia potencial no tratamento de pacientes com tumores cerebrais.

Pelas razões listadas, eu concluo que, embora seja uma pesquisa possivelmente séria e promissora, a popularidade da notícia se deve muito mais ao caráter insólito do uso do veneno de escorpião do que a resultados palpáveis e úteis. Traduzindo: o veneno de escorpião é, por enquanto, somente uma promessa.

Veneno sintético de escorpião é usado contra tumor

Pesquisadores desenvolveram uma espécie de veneno de escorpião sintético para ser usado no combate a tumores no cérebro. O veneno é um portador de material radioativo que atua em células que continuam no corpo depois de cirurgias de remoção de tumores.

De acordo com artigo publicado na revista científica norte-americana Journal of Clinical Oncology, a técnica foi testada em 18 pacientes e outros casos ainda serão estudados.

Resultados preliminares indicam que o tratamento é bem tolerado e pode ser eficiente no combate a tumores. O tratamento é sugerido para casos de glioma, uma forma grave de tumor cerebral.
Pacientes com glioma têm apenas 8% de chances de sobreviver nos dois anos após o diagnóstico. Em cinco anos, a probabilidade é de 5%.

SOBREVIVÊNCIA

Apesar dos avanços nas técnicas de cirurgia, radioterapia e quimioterapia, houve poucas vitórias da ciência no campo dos gliomas.

Cientistas do Cedars-Sinai Medical Center, na Califórnia (Estados Unidos), fizeram suas pesquisas usando TM-601, uma versão sintética de um peptídeo que é encontrado no escorpião gigante amarelo israelense.

O peptídeo tem a capacidade singular de ir da corrente sanguínea diretamente para o cérebro, e consegue afetar células de glioma.

Todos os pacientes submetidos aos testes haviam passado anteriormente por cirurgias de remoção de tumor. A dose de TM-601 foi administrada entre 14 e 28 dias depois de cada operação através de injeção. Seis pacientes receberam doses extras da droga.

Um dos principais objetivos do estudo era avaliar a tolerância das pessoas às doses. A pesquisa registrou poucos efeitos colaterais. A média de tempo de sobrevivência dos casos analisados foi de 27 semanas, mas dois pacientes resistiram por 33 e 35 meses após as cirurgias.

Análises de laboratório mostraram que a maior parte da radioatividade transmitida pela droga desapareceu depois de 24 horas. O pouco de radiação que sobrou ficou localizada na cavidade do tumor, o que sugere que a droga reagiu com células do tumor, e não com as células normais do cérebro.

"Nós estamos usando o TM-601 principalmente como uma substância para conduzir o material radioativo para as células de glioma, mas dados sugerem que ele também pode diminuir o ritmo de crescimento de células de tumores", afirmou neurocirurgião do Cedars-Sinai Medical Center, Adam Mamelak, um dos autores do estudo.

Fonte: AE/BBC BRASIL. COM/COSTA RICA NEWS – CRN

10.9.06

Novas Esperanças

Genética: Dois pacientes curados de câncer

Fonte: Revista Veja 06/09/06


Graças à terapia gênica, eles ficaram livres do melanoma. Estavam em estado terminal.

Há mais de vinte anos a medicina busca um tratamento para o câncer em que o próprio organismo do paciente seja capaz de destruir o tumor maligno. Uma grande vitória nesse sentido foi divulgada na semana passada pela revista científica Science. Pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos conseguiram curar dois homens vítimas, em estágio avançado, de melanoma, o mais letal dos cânceres de pele. Liderados pelo médico Steven Rosenberg, eles modificaram o DNA das células de defesa (linfócitos) dos doentes, para que elas reconhecessem e destruíssem as células cancerosas. "Foi a primeira vez que a manipulação genética conseguiu a regressão de tumores em humanos", disse Steven Rosenberg, coordenador do estudo. Um dos pacientes, um homem de 52 anos, já apresentava metástase no fígado e nas axilas. No outro caso, um homem de 30 anos, o câncer de pele se espalhara para o pulmão. Hoje, depois de quase dois anos de iniciada a terapia, ambos estão livres da doença.

"O grande desafio é tornar as células tumorais visíveis às células do sistema imunológico", diz Lygia da Veiga Pereira, geneticista da Universidade de São Paulo. Os pesquisadores americanos conseguiram atingir esse objetivo ao dotar os linfócitos dos doentes de "olhos" capazes de enxergar o tumor (veja o quadro). Uma semana depois que as células de defesa foram reimplantadas nos dois doentes, elas já haviam se reproduzido de uma maneira impressionante, aumentando a capacidade de resposta imunológica do organismo. Os tumores foram atacados sem que ocorressem reações adversas severas. "Isso prova que os linfócitos atacaram as células cancerosas, mas preservaram as saudáveis, ao contrário do que acontece na quimioterapia", diz Bernardo Garicochea, diretor do serviço de oncologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Apesar do sucesso do experimento, não se pode falar em descoberta da cura definitiva do melanoma. Isso porque os outros quinze pacientes que participaram da pesquisa não foram beneficiados com o tratamento. Dois deles, inclusive, não apresentaram nenhuma resposta. Ainda assim, o fato de outros dois doentes graves terem se livrado completamente da doença é motivo de comemoração – não apenas para eles próprios e seus familiares, mas para a ciência. É sinal de que o caminho da terapia gênica contra o câncer está correto.


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